A curiosidade por diferentes realidades e a nossa experiência com elas sempre esteve presente naquilo a que consideramos arte. Os métodos usados para nos conectar a essas realidades são as particularidades de cada obra, a decisão do criador é a concretização dessa procura de imersão.
Inspirado na obra trágica de Hubert Selby Jr., e com a sua colaboração, Darren Aronofsky escreve Requiem for a Dream, que o próprio realiza. Nesta espécie de drama familiar, com cada membro a viver numa realidade distinta que se cruza por momentos, é-nos mostrada a jornada de quatro personagens que sofrem de diversos tipos de adições. Este é o tema motor que nos leva a uma experiência visual que com o objetivo claro de causar um impacto, se debruça numa montagem rápida seguida de momentos mais densos, mostrando a realidade da duração finita da adição a qualquer substância.
Uma senhora de idade que busca um ideal seu perdido no tempo. O seu filho e a sua namorada parecem procurar esse ideal no presente. Á procura de um negócio final para se afastarem daquela vida de vício, uma procura que parece infinita, o casal vai-se perdendo e a química entre os dois ruma a destinos separados.
Após cerca de 24 anos do seu lançamento Requiem for a Dream, coloca-se numa posição de intemporalidade pouco comum.
Ivo Veloso