No dia 7 de novembro de 2025, pelas 20h30 horas, inaugura a exposição Da 2 à 26 – vida, namoro e legado de António Gaio, com coordenação e concepção de Olívia Da Silva, na Galeria Multimeios, em Espinho. Neste trabalho de celebração do centenário do nascimento de um dos fundadores do CINANIMA, dá-se a ver António Gaio através de um álbum familiar, das memórias dos amigos e da Cooperativa Nascente, teias de um percurso que refletem precisamente uma história entre o fotógrafo e o sujeito, sendo que, neste caso, o fotógrafo tem uma posição mais de observador sobre o sujeito e não da prática fotográfica. Quem o capta, num instante da vida, ganha uma posição privilegiada sobre o António Gaio porque o conheceu e dialogou diretamente com as pessoas que com ele conviveram toda a vida. Esta é uma relação de proximidade e, por isso, uma leitura de dentro sobre o António Gaio e não uma visão de fora, alienada e voyeurística.

A presidente da ESMAD e curadora da exposição, partilha memórias pessoais e profissionais sobre António Gaio, o homem que fez do Cinanima um sonho coletivo, revelando os bastidores do documentário animado que abre o festival e explica como a exposição permite ao público conhecer de perto a sua vida, o seu legado e a forma como a história, a criação contemporânea e a Cultura se entrelaçam.

Em entrevista, Olívia Da Silva declara que foi convidada, na qualidade de artista – fotógrafa e presidente da ESMAD pela direção do Cinanima para homenagear António Gaio. “Durante a preparação destes trabalho  tive o privilegio de constatar mais  profundamente o humanismo e a grandeza da personalidade de António Gaio, que ainda hoje irradiam e servem de inspiração ao CINANIMA”.

“Com a colaboração de Pedro Serapicos e João Paulo, estabeleci uma proximidade e, por isso, uma leitura de dentro sobre o António Gaio e não uma visão de fora, alienada e voyeurística. Segundo a fotógrafa e curadora “a representação fotográfica de António Gaio tem um profundo significado político, social e cultural, porque a forma como se representa uma pessoa ou um grupo, mostra a forma como é visto e tratado no seu quotidiano, podendo o retrato afetar a forma como o próprio se via e se definia. A fotografia é vista como socialmente definidora, característica que, nesta exposição, se pretende compor, desde o seu nascimento.”

Acompanha a exposição  um vídeo e depoimentos, que será possível visualizar na galeria do Multimeios.  Foi, também, realizado um documentário animado – uma curta  –  Um encontro de sonhos coletivos em homenagem à vida e obra de António Gaio, com a colaboração de  Hugo Mesquita, Marcello Ferreira, Diogo Nóbrega, Ricardo Albano, Simão Almeida, Luís Kasprzykowski , e com a colaboração especial do Mário Augusto, jornalista da RTP, como narrador.

Sócio fundador e membro da direcção da Cooperativa Nascente em 1976, António Gaio ajudou a fundar, após o 25 de Abril, o Cinanima – Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho, tornando-se director do certame em 1980. Um grande adepto da banda desenhada e do cinema de animação, foi responsável pela criação de um dos mais importantes festivais internacionais de cinema de animação. “Sob a sua direção, o Cinanima tornou-se num dos mais conceituados festivais de animação, a nível internacional, sendo um dos poucos que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood considera essencial na selecção ao Óscar de Melhor Curta-Metragem.”.