
Quando a academia se associa às unidades museológicas e culturais, o cenário expande-se e vê-se o não visto, desvelam-se mistérios “reservados”, emergem “relíquias”. Eis que, elementos inesperados dialogam entre si e connosco, contribuindo para dinamismos felizes que incentivam a projetos e realizações conjuntas.
É assim que Fátima Lambert, curadora da exposição: Reservas e Relíquias: a sedução das coleções [ARTE(s) e ACADEMIA(s)] revela a “sedução” das peças apresentadas ontem, 19 de março, no Centro de Cultura.
Com a presença de Lúcia Matos, diretora da FBAUP e o Professor Emérito Sebastião Feyo de Azevevo, entre outros parceiros académicos e museológicos, tivemos a oportunidade de percorrer as três salas dedicadas à sedução das coleções: o Laboratório do Olhar, o Observatório d’Elas e o Escritório do Tempo.
Muitas destas peças não estão acessíveis ao visitante regular e configuram-se como um Cabinet de Curiositès cuja curadoria disrompe com uma só visão estética ou epistemológica para abraçar a dimensão poética dos objetos.
Desde fotografias estereoscópicas, um relógio de Sol, estampas e desenhos, pinturas de Aurélia de Souza e outras artistas mulheres, conhecemos uma parte menos acessível do património artístico, museológico e documental de instituições responsáveis pela formação, apreciação e qualificação de nossas identidades singulares e coletivas
Simbolicamente, os conteúdos museológicos apresentados mostram a diversidade e a qualidade que carateriza o universo P.PORTO, dialogando no entrecruzamento a outras instituições, pessoas, a múltiplos saberes e concretizações. Esta exposição foi exemplo desse cruzamento e parceria, sempre enriquecedora para a cidade.
[Coleção de Pintura Portuguesa Contemporânea P. PORTO, Coleção Gravuras Émile Deyrolle, Museu do ISEP; Museu Nacional Soares dos Reis, Casa-Museu Fernando de Castro/MNSR; Museu da Misericórdia do Porto [MMIPO], Museu da FBAUP]